13/03/2003

Pastoral quer dar voz aos imigrantes de todo o mundo

O párocro da Pastoral dos Imigrantes, Padre Roque Patucci, e o coordenador da Pastoral dos Latinos, Juan Plaza, estiveram reunidos com a OBORÉ, no último dia 11, programando uma série de encontros para auxiliar parte da comunidade latino-americana que vive em São Paulo. Sem documentos legais e sofrendo toda sorte de dificuldades, esses imigrantes têm sido alvo, inclusive, de trabalho escravo em confecções de roupa.
A Pastoral estima em 450 mil o número de latinos-americanos que moram em São Paulo. Desses, aproximadamente, 270 mil estão "indocumentados", como a comunidade chama os que entraram ilegalmente no país. Com medo de aparecer e sem condições de procurar melhores moradias, essas pessoas se amontoam em pequenos cômodos, o que provoca o aumento de doenças contagiosas, como a tuberculose.
Pastoral do Imigrante: preocupação com aumento de casos da tuberculose
Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica da Sub-Prefeitura da Sé, Claudio Luis da Silveira, que também participou da reunião, a tuberculose é uma das doenças mais frequentes entre essa população. "Muitas vezes, quando nos procuram, a doença já está em estágio avançado, dificultando o tratamento".
Outra preocupação da Pastoral é com a saúde das mulheres. Muitas procuram os serviços de saúde só quando estão prestes a dar a luz. Para facilitar o atendimento a essas pessoas, a Pastoral reúne-se no próximo dia 17, com Silveira e Huda Bittencourt, coordenadora de saúde da Sub-prefeitura da Sé, que abrange, entre outros, os bairros do Brás, Pari e Bom Retiro, onde está localizada a maior parte desses imigrantes.
Também foi marcada para esta quinta, 13, uma reunião com o coordenador de jornalismo da Rádio 9 de Julho, Francisco Paes de Barros. Há a possibilidade da rádio vir a produzir um programa voltado especialmente para a comunidade latino-americana. Como a maioria não fala português, um programa de rádio, na avaliação da Pastoral, seria a melhor forma de comunicação com essas pessoas.
Rádio comunitária - Uma rádio comunitária chamada Latin Sat, cumpre parte dessa função. No ar 24 horas, essa rádio, que conta com o apoio da Pastoral, tem programação voltada para os imigrantes bolivianos. Mas a Pastoral quer mais: uma rádio que fale com imigrantes de todas as partes do mundo.
Para isso, reúne-se neste sábado (15), na OBORÉ, com a equipe de 12 pessoas que coordena a programação da Latin Sat e com o engenheiro Fernando Pereto, diretor da Datagraph Engenharia, para discutir a criação de uma emissora comunitária coordenada pela Pastoral. Pereto foi o responsável pelos estudos técnicos que ampliaram o alcance da Rádio Heliópolis.
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