Jornalismo em Situações de Conflito Armado

Jornalismo em Situações de Conflito Armado

Prefácio – Ricardo Viveiros

Transmitir conhecimento sempre foi o principal vetor da evolução. Cada vez que aprimorou e ampliou essa capacidade, o ser humano deu grandes saltos em direção ao futuro. Entre o momento, perdido na Pré-história, em que adquiriu a capacidade de se comunicar e a criação da escrita pelos judeus e hititas, transcorreram milhões de anos. Das letras aos tipos móveis inventados pelo alemão Johannes Gutenberg, em 1448, passaram apenas cerca de quatro mil anos. Da imprensa ao rádio e à tv, foram menos de 500. Da eletrônica à cibernética e à Internet, foi um piscar de olhos inferior a oito décadas.

Basta esta rápida viagem no tempo para demonstrar a tácita relação de causa-efeito entre a ventura de comunicar e a aventura do homem na Terra. E brincar com as palavras, explorar as infinitas possibilidades semânticas e lingüísticas, desvendar os mistérios da retórica, difundir conhecimento e saber como, quando e para quem transmitir conteúdos, constituem-se, muito provavelmente, na mais importante missão antropológica neste novo século. Não é fortuita a alcunha conferida aos nossos dias: “Era da Informação”.

Com o advento das mídias contemporâneas, a humanidade subjugou de maneira definitiva suas derradeiras limitações interativas. A informação tornou-se referencial de tempo, espaço, poder, sucesso e fracasso nos negócios, em lapsos de segundo. Quem a domina é onipresente no Planeta e quase onisciente. Assim, não é exagerada a afirmação que se tem repetido em eventos, seminários, congressos, palestras e livros sobre o tema: a informação é, sem dúvida, o bem mais precioso do Século XXI. Por isto mesmo, os profissionais encarregados de sua gestão portam imensa responsabilidade.

Por mais que se conspire, às vezes até nos tribunais, contra o óbvio ululante, não há como negar: o profissional mais apto a exercer a responsabilidade de gerir a informação é o jornalista. Assim, que as faculdades nas quais se forma sejam cada vez melhores, corrigindo lacunas curriculares, melhorando sempre o ensino e brindando a presente civilização com escribas capazes de exercer o poder de informar com sabedoria e honestidade.

Nesse contexto, a série Repórter do Futuro — cursos de complementação universitária para estudantes de jornalismo assume especial significado. Considerando a qualidade e credibilidade de sua promotora — a Oboré Projetos Especiais de Comunicações e Artes — e dos professores e profissionais participantes, torna-se fácil perceber a importância dos resultados positivos desse projeto: jornalistas mais preparados, livres e éticos, garantindo qualidade às notícias que instrumentalizam o cidadão para a vida.

A leitura deste caderno, referente ao III Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado, expressa, nos textos dos alunos, os bons resultados do Repórter do Futuro , que comemora dez anos de efetiva contribuição à formação de profissionais para a imprensa. Assim, a Ricardo Viveiros - Oficina de Comunicação — agência feita por jornalistas e para jornalistas, aos quais disponibiliza fontes de informações empresariais, acadêmicas, governamentais, de entidades de classe e ONGs — participa com imenso entusiasmo desta edição do projeto.

O mesmo entusiasmo que unge os jovens jornalistas com o ideal de mudar o mundo. Pois é, a crença na palavra precisa ser indefectível. Assim, deve ser preservada, acalentada, valorizada e perpetuada ao longo das carreiras de todos os que escolheram o jornalismo como sua profissão. Profissão de fé! Fé na capacidade de contribuir — com eficaz e ético gerenciamento da informação — para que a humanidade cruze a fronteira da mediocridade, do egoísmo, da violência, da intolerância e da exclusão social e ingresse num futuro de mais justiça, paz e verdade!

Ricardo Viveiros, diretor-superintendente da Ricardo Viveiros – Oficina de Comunicação, é jornalista, escritor e empresário.

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