29/09/2008

OBORÉ comemora 30 anos com a presença de mais de 200 amigos

Mais de duzentas pessoas compareceram à Cinemateca Brasileira no dia 14 de setembro para comemorar com a OBORÉ seus 30 anos. Músicos, jornalistas, historiadores, estudantes e muitos amigos desfrutaram de nove horas de programação especialmente montada para celebrar as três décadas de trabalho e luta pelo futuro.

A primeira atração do dia foi a exibição do filme ABC da Greve, de Leon Hirszman. O documentário, que narra o dia-a-dia dos 150 mil metalúrgicos que, comandados pelo então líder sindical Luiz Inácio da Silva, paralisaram fábricas e lutaram, em pleno AI-5, por melhores condições de vida no ABC paulista, contou com o apoio da recém criada OBORÉ para sua realização. (Leia a entrevista de Leon, concedida em 1979). O filme retrata a maior mobilização da história do movimento sindical e teve sua montagem e finalização proibidas pelo regime militar, podendo ser concluído apenas em 1990.

Essa é uma das histórias que cruzam de alguma forma com a trajetória da OBORÉ – empresa criada em 1978 como uma cooperativa de jornalistas e artistas que queriam colaborar com os movimentos sociais e de trabalhadores urbanos na montagem de seus departamentos de imprensa, produção de jornais e planejamento de comunicação.

Nesses 30 anos, passaram por aqui gente como o cartunista Laerte, o saudoso Henfil, o médico sanitarista David Capistrano e muitos outros médicos do trabalho, artistas gráficos, jornalistas, músicos, além de uma juventude cheia de vontade de fazer a diferença.
Após a exibição do filme, uma mesa de debate provoca as lembranças dos últimos 30 anos. O que se passou de 1978 até os dias de hoje? Convidados especiais como a psicanalista Maria Rita Khel, o analista político e ex-diretor da OBORÉ Editorial João Guilherme Vargas Netto, o secretário da Cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil, e a historiadora Célia Camargo, do CEDEM/UNESP compartilharam com a platéia as emoções e histórias daqueles anos.

Maria Rita Khel vivenciou os tempos da greve dos metalúrgicos e das lutas contra a ditadura e trouxe na sua fala um pouco da história e do sentimento que pairava nos ares do final da década de 1970. “Precisamos preservar a memória para entender quem somos. Ao tentar lembrar de 78 foram me voltando algumas sensações que estavam guardadas. Em 79, por exemplo, a gente experimentava uma euforia, uma alegria, uma sensação de esperança que era sinal de aquele tempo [período da ditadura] ia acabar. E esse era um sentimento coletivo”, disse no início da Mesa de Reflexão - Memória, Esperanças e Presságios: o Brasil de

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.