19/08/2021

O que faz um editor: uma conversa sobre produção de notícias

repórteres em uma redação
Imagem da Redação Laboratório na cobertura do congresso de 2017

Ruam Oliveira | OBORÉ Projetos Especiais

Além de ter que escrever e identificar corretamente qual é o tópico mais importante em uma notícia, o repórter precisa estar apto também para observar no próprio texto onde estão os excessos. E mais do que isso, ter a capacidade de revisar e avaliar criticamente o que escreveu.

Essa é uma das muitas características de um editor e foi apontada pela jornalista Cristiane Paião no último sábado, 14/7, durante encontro preparatório para a cobertura do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. O evento acontece na próxima semana e os integrantes da Redação Laboratório do Projeto Repórter do Futuro são os responsáveis pela cobertura oficial.

Paião defendeu que uma qualidade importante do repórter é a capacidade de pensar no texto e simultaneamente construir uma forma de editá-lo, compreendendo que há etapas importantes que se sucedem até a versão final.

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A figura do editor pode ser entendida de diferentes maneiras, diz a jornalista, mas jamais como algoz ou alguém que está contra o repórter. Trata-se especificamente de uma figura mais experiente, com mais subsídios para auxiliar o repórter a identificar o que há de melhor no texto e na própria notícia, resume Paião, que atualmente trabalha como editora na GloboNews.

Relembrando a sua própria trajetória profissional, a jornalista compartilhou com os participantes da oficina a importância de ter tido editores encorajadores e que a incentivaram a se ater ao texto, olhá-lo diversas vezes e identificar sozinha onde era possível aperfeiçoar o que havia feito.

Acesse o site oficial da cobertura da edição anterior do congresso

Houve, por muito tempo, nas redações, a figura dos editores carrascos, que pegavam muito pesado com os jovens repórteres, aqueles em início de carreira. Mas nas atividades de formação para a cobertura da 16ª edição do congresso da Abraji, houve forte recomendação para que os jovens recorram a expedientes solidários, fraternos e gentis em suas futuras vidas profissionais, uma postura amigável com os pares na redação.

Essa edição de texto também passou pela cobertura de redes sociais. Os jornalistas Augusto Godoy e Ruam Oliveira conversaram com a equipe para mostrar a importância que as redes sociais ganharam ao longo do tempo, principalmente quando se trata de um congresso que acontece inteiramente online.

Ambos destacaram que há diferenças entre o uso das redes pessoais e profissionais. No caso desta cobertura, a postura profissional dos estudantes deve prevalecer, dada a responsabilidade de narrar cada mesa ou atividade ali promovida.

A produção de texto, seja para redes sociais, seja para o blog oficial da cobertura, passa por uma leitura atenta e comprometida com a informação, destacaram os jornalistas. Essa figura do editor emerge também desta habilidade de se afastar momentaneamente do texto para percebê-lo com outros olhos.

Durante a reunião, a jornalista Luana Copini também comentou sobre a função e a proposta do núcleo de arte para este ano, desde a concepção da paleta de cores quanto o formato dos cards que estavam em preparação.

O 16º Congresso da Abraji acontece de 23 a 29 de agosto.

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