Flavinho Lima na Praça Vladimir Herzog: um forró de lascar o cano
Conheci o Flavinho Lima em um animado forró no salão improvisado da casa de um parente dele, o Barriga, na Vila São Domingos, na zona oeste de São Paulo. O concorrido forró, a pedidos, passou a se repetir com frequência. Já entrou no calendário oficial do bravo povo da região.
Nesses últimos dias, por acaso, Flavinho animou um agitado forró numa laje na comunidade São Remo, ao lado do campus da USP. Dividiu o palco ali com o conceituado cantor Renato Braz e a cantora Carla Ponsi, entre outros artistas e forrozeiros da região.
Em festas na zona oeste organizadas por um amigo comum, o médico Zyun Masuda, costumam passar também, além do Renato Braz, outros grandes cantores e músicos como Tony Osanah, Bré Rosário, Alexandre Rodrigues, e os integrantes do Rumo, Luiz e Paulo Tatit, Hélio Ziskind e Zé Carlos Ribeiro. Todos brilham por lá.
Mas quem faz todo o mundo cantar e pular ao final, reeditando as alegres danças juninas do Nordeste, é o Flavinho. Vira um grande São João, comandado pela voz forte e marcante de Flavinho e a sanfona de Abner Lima, o jovem e talentoso filho do cantor e compositor, com apenas 16 anos, que segue os seus caminhos.
Cantor, compositor e ritmista, Flavinho, 40 anos, nasceu em São Paulo e é filho de mãe pernambucana e pai paraibano. Como ressalta em sua apresentação, sempre teve o nordeste enraizado em suas veias. Foi criado ouvindo músicas dos artistas tradicionais da região, como os ícones Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e João do Vale, além dos violeiros e repentistas.
Flavinho fez parte da banda de Dominguinhos, com o qual viajou por todo o Brasil. Entre 2006 e 2013, foram muitas viagens, shows e gravações ao lado do grande compositor e sanfoneiro pernambucano. Também acompanhou vários outros grandes artistas brasileiros, como Elba Ramalho, Anastácia, Zeca Baleiro e Mariana Aydar. Fez parte ainda do Trio Zabumbão e tem EP's e dezenas de singles gravados, com destaque para as músicas autorais mostrando seu lado de compositor.
Na zona oeste, já há quem cogite a realização dos próximos forrós animados por Flavinho em grandes arenas, com cobrança de ingresso. Quem está fora do forró quer entrar, mas quem tá dentro não sai, como lembra a letra de Dominguinhos e Nando Cordel. Quem quiser provar o gosto dessa animação, com muito forró, baião, xote e arrasta-pé, não pode perder o evento “Todo mundo tem que falar, cantar e comer”, no próximo dia 26 de maio, às 12 horas, na praça Memorial Vladimir Herzog, nos fundos da Câmara Municipal de São Paulo, no Centro. Flavinho promete um forró quente de lascar o cano.
E viva a música brasileira!
Por Gilberto Nascimento.
