04/03/2024

Encontro de avaliação e planejamento do Repórter do Futuro reúne coordenação e conselheiros do projeto para pensar 2024

Não há dúvidas de que as novas tecnologias vieram para ficar e, com elas, a necessidade de adaptações e renovações de práticas, principalmente na área da Comunicação, em especial no jornalismo. Mas, apesar dos tempos e espaços de publicação cada vez mais reduzidos e dos desafios postos pela internet, o bom e velho jeito de fazer reportagem ainda é aquele de sujar o sapato, colocar o pé na estrada, olho no olho com os entrevistados, uma boa pesquisa p´revia e uma apuração e checagem precisas.

Foto: Jorge Araújo.

Por conta disso - e também para organizar as atividades comemorativas de 30 anos do projeto -, coordenadores e conselheiros do Repórter do Futuro (PRF) estiveram reunidos no último dia 27 de janeiro para discutir seus novos rumos.

Participaram do encontro a diretora pedagógica do Colégio Equipe, professora Ausônia Donato, que é assessora pedagógica do PRF; as jornalistas Karen Ramos e Nathasha Menegueli, da assessoria do Sinpro-SP; a jornalista e editora de audiência da Agência Pública, Giulia Afiune; a jornalista e gestora de projetos, Luana Copini; a jornalista, escritora de não ficção e psicanalista, Ligia Ximenes; o editor-chefe na TV Cultura de São Paulo e professor de jornalismo na PUCSP, Aldo Quiroga; o jornalista, professor de cinema e jornalismo na ESPM e produtor multimídia, André Deak; o jornalista dedicado à pautas internacionais, João Paulo Charleaux; o jornalista e fotógrafo Jorge Araújo; o jornalista de dados e professor, Marcelo Soares; o jornalista Oswaldo Colibri Vitta; o jornalista e professor universitário, Ronald Sclavi; a jornalista, pesquisadora na área de comunicação e educação e diretora da OBORÉ, Ana Luiza Zaniboni Gomes; e o jornalista e diretor da OBORÉ, Sergio Gomes, responsável pela criação do projeto, em 1994, com o nome de 'Projeto Repórter 2000'.

Vale lembrar que o PRF assume a atual denominação na virada do milênio e vem oferecendo, desde então, alternativas de autodesenvolvimento a estudantes universitários da graduação que desejam aprofundar o conhecimento e a prática da reportagem - a alma do jornalismo. Sua proposta é conceber e desenvolver cursos temáticos modulados, viagens de estudos e reportagens, ciclos de cinema, rodas de conversa com profissionais consagrados, entrevistas exclusivas e redações - laboratório para exercitar coberturas colaborativas de eventos na área.

Para que os cursos sejam gratuitos, de alto nível e possam alcançar todo o leque de estudantes interessados, a OBORÉ estabelece parcerias com instituições de referência em suas áreas de atuação e que também acreditam na importância desta proposta de formação. E neste formato, já participaram em diferentes módulos mais de 2.000 estudantes de jornalismo de todo o Brasil.

HISTÓRICO

A gênese do Repórter do Futuro remonta aos anos 1990, no espaço formal da sala de aula, mas que aos poucos transitou para fora dos muros da escola. Demonstrou sua pertinência, importância e viabilidade quando uma série de reportagens produzida por estudantes apareceu estampada nas páginas de um grande periódico paulista e foi muito bem avaliada tanto pela equipe do jornal quanto pelos leitores.

Para reconstruir o momento seminal do Projeto, buscamos recuperar depoimentos de dois protagonistas – os jornalistas Sergio Gomes e Manuel Carlos Chaparro, à época professores e colegas no Departamento de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (CJE / ECA-USP).

Começava o ano de 1991 quando, na semana do aniversário de fundação da cidade de São Paulo, o jornal Diário Popular (agora extinto) divulgou uma série de reportagens especiais abordando os principais problemas da capital: São Paulo 437 Anos – Cidade x Cidadão. Esta série, publicada de 21 a 25 janeiro daquele ano, foi inteiramente desenvolvida por estudantes dos quatro primeiros semestres de Jornalismo da ECA-USP como parte das atividades laboratoriais da disciplina Jornalismo Comunitário, ministrada, à época, por Sergio Gomes, jornalista e diretor da OBORÉ, com a colaboração de Manoel Carlos Chaparro, professor do curso e responsável pelo seu principal órgão laboratorial, o Jornal do Campus.

Além de proporcionar ao Diário Popular um pacote de reportagens de qualidade que não faziam parte de sua pauta cotidiana - teria sido necessário alocar uma equipe inteira de profissionais para esta cobertura -, a experiência deixou claro os benefícios do envolvimento dos estudantes com a prática concreta do Jornalismo para sua formação profissional.

Nesse sentido, o acordo entre a instituição de ensino e a empresa jornalística permitiu, em uma relação ganha-ganha, unir aprendizado profissional e oferta de conteúdo diferenciado aos leitores da publicação. Ganharam os alunos, ganhou o jornal, mas, principalmente, ganhou o cidadão.

Vale destacar que a série recebeu o reconhecimento da mesa diretora da Câmara Municipal de São Paulo e de seu presidente à época, o vereador Arnaldo Madeira, um dos relatores da Lei Orgânica do Município.

A iniciativa tornou-se o embrião do projeto de complementação universitária denominado “Repórter 2000” que, de dezembro de 1994 a dezembro de 2000, passou a ser oferecido pela OBORÉ a estudantes “que querem chegar lá como jornalistas de verdade”. Em 2001, a proposta foi rebatizada de “Projeto Repórter do Futuro” e, desde então, as atividades são mantidas por um grupo de colaboradores e parceiros que se responsabiliza pela gestão e condução pedagógica dos seus diversos módulos.

Em breve, novidades sobre a programação do PRF em 2024

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