15/10/2021

Confira os finalistas do 43º Prêmio Vladimir Herzog. Sessão pública do juri acontece neste sábado, 16

A comissão organizadora do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog divulgou no último dia 14/10 a lista com finalistas da 43° edição do Prêmio. A escolha dos vencedores será feita por representantes das entidades que compõem a Comissão Organizadora no dia 16 de outubro, sábado, em sessão pública transmitida pelo canal do Youtube do Prêmio.

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Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos reconhece, desde a sua primeira edição, concedida em 1979, trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos.

Em 2021, são 700 produções que concorrem em sete categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio, Produção jornalística em multimídia e Livro-reportagem.

ARTE

Zé DAssilva
“Motociatas” | Diário Catarinense
Matéria

Norberto Liberator; Marina Duarte Maidana; Aline Correia Antonini
“LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização?” | Revista Badaró
Matéria

Aroeira
“Guernica Amazônica” | Portal 247
Matéria

FOTOGRAFIA

Brenno Farias
“Grito do Subúrbio” | O Globo
Matéria

Mauro Pimentel
“Jacarezinho” | Agence France-Presse
Matéria

Tarso Sarraf; Renato Tavares; Cleo Soares; Daniel Nardin
“Paradoxo amazônico: 66% dos piores municípios do Brasil estão na Amazônia”
O Liberal
Matéria

PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM ÁUDIO

Camila Salmazio; Lua Gatinoni; Sarah Fernandes
“Crianças refugiadas discutem no Radinho BdF o direito de migrar” | Brasil de Fato
Matéria

João Peres; Marina Yamaoka; Victor Matioli; Victor Oliveira; Denise Matsumoto; Amanda Flora
“O prato do preso” | O Joio e o Trigo
Matéria

Juliana Deodoro; Stefano Frasson Maccarini; Ricardo Ampudia Talachia; Magê Flores; Fábio Takahashi
“Três gerações de uma família contam a história da escola pública” | Folha de S. Paulo
Matéria

Kellen Moraes; Branca Vianna; Flora Thomson-DeVeaux; Paula Scarpin; Guilherme Alpendre; Aurélio de Aragão; Rafael Spínola; Laís Lifschitz; Claudia Nogarotto; João Jabace; Pedro Leal David; Antonio Venancio
“O crime da Praia dos Ossos” | Rádio Novelo
Matéria

PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM MULTIMÍDIA

Alice de Souza; Fernanda Santana Lima; Thiago Emmanuel dos Santos Souza; Luane Ferraz de Souza; Luiz Felipe de Oliveira Libório; Gabriella Leal Borges; Camila Queiroz Bezerra; Bruno Vinicius Luiz da Silva; Quihoma Isaac
“Dependências: Fé, dinheiro e voto no tratamento do uso abusivo de drogas no Nordeste” Agência Retruco
Matéria

Gustavo Faleiros; Bram Ebus; James Alberti; Tom Laffay; Ewald Scharfenberg; Marcos David Valverde; Kate Wheeling; Sonia Bridi; G. I. Sutherland; Wilfred Leeuwin; Sam Cowie; Fabiano Villela; Mônica Reolom; Cristine Kist; Fillipi Nahar; Patricia Marcano; Laura Clisanchez; Marcelo Marques
“Mercúrio, uma chaga na floresta” | InfoAmazonia + Fantástico + Armando.info
Matéria

Paula Leite; Fernando Sciarra; Mariana Goulart; Luciana Coelho; Marcelo Leite; Lalo de Almeida; Sylvia Colombo; Fabiano Maisonnave; Ana Estela de Sousa Pinto; Fernanda Mena; Patrícia Campos Mello; Fábio Zanini; Thiago Amâncio; Eduardo Anizelli; Gustavo Queirolo; Simon Ducroquet; Irapuan Campos; Rubens Fernando Alencar; Danilo Verpa; Rogério Pilker
“Estado alterado” | Folha de S. Paulo
Matéria

PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM VÍDEO

Carlos Juliano Barros; Caue Angeli; Ana Magalhães
“Parou por quê? A reforma agrária no governo Bolsonaro” | Repórter Brasil/UOL
Matéria

Giuliana Girardi; Bruno Della Latta; Juvenal Vieira; Marconi Matos; Sullen Gonçalves
“Pobreza menstrual” | Rede Globo – Fantástico
Matéria

Vanessa Lorenzini; Laíze Câmara; Claudia Machado; Daiane Alioto; Laura Cantal; Marici Capitelli; Plinio Delphino; Marici Arruda; Sidney Turaça; Nilo Moraes; Tadeu Vicentin; Adriano Tavares; Jorio Silva; Ricardo Ramiro; Valdecy Messias; José Antonio Lippo; Jefferson Alves; Henrique Bacana; Marilia Assef; Leão Serva
“Eles Matam Mulheres” | TV Cultura
Matéria

PRODUÇÃO JORNALÍSTICA EM TEXTO

Idiana Tomazelli; Adriana Campos Gomes Fernandes; Gabriela Greb Tozzo
“A casa do brasileiro e a pandemia” | O Estado de S. Paulo
Matéria

Mauri König
“Os filhos de Itaipu” | The Intercept Brasil
Matéria

Sabrina Felipe
“Café com pólvora” | The Intercept Brasil
Matéria

LIVRO-REPORTAGEM

De acordo com o Regulamento desta edição, “na categoria Livro-reportagem, as obras inscritas serão avaliadas em etapa única e mediante emissão de parecer que justifique a indicação da vencedora”. A divulgação será no sábado, 16 de outubro, durante a Sessão Pública de Julgamento ( 14h às 17h no canal do YouTube do PVH).

Prêmio Especial Vladimir Herzog 2021

Desde 2009 as instituições promotoras retomaram a proposta original do Prêmio de homenagear, a cada edição, personalidades e profissionais com atuação destacada nas causas relevantes da Democracia, da Justiça Social e dos Direitos Humanos.

Nessas últimas quatro décadas já foram homenageados Lourenço Diaféria (in memoriam), David de Moraes, Audálio Dantas, Elifas Andreato, Alberto Dines, Lúcio Flavio Pinto, Perseu Abramo (criador do Prêmio, in memoriam), Marco Antônio Tavares Coelho, Raimundo Pereira, Sandra Passarinho, Rubens Paiva (in memoriam), Mino Carta, Mauro Santayana, Daniel Herz (in memoriam), Eduardo Galeano (in memoriam), Elio Gaspari, Cláudio Abramo (in memoriam), Tim Lopes (in memoriam), D. Paulo Evaristo Arns (in memoriam), Rose Nogueira, Bernardo Kucinski, Patrícia Campos Mello, Glenn Greenwald, Hermínio Sacchetta (in memoriam), Luiz Gama (in memoriam), Sueli Carneiro e Laerte.

Neste ano, Neusa Maria Pereira e Alex Silveira recebem o troféu símbolo do Prêmio – a meia lua recortada com a silhueta de Vlado, uma criação do artista plástico Elifas Andreato. Abdias Nascimento e José Marques de Melo são os homenageados in memoriam.


Neusa Maria Pereira

Paulistana formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Neusa Maria Pereira foi repórter e revisora de alguns dos principais jornais do país. Também integrou a equipe do “Versus”, importante jornal da imprensa alternativa que circulou de 1975 a 1979, durante a ditadura civil-militar.

Neusa Maria foi a primeira mulher negra a publicar um texto sobre feminismo negro na imprensa brasileira e foi uma das organizadoras do histórico ato público realizado nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo, em 1978, que marcou a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU). Atualmente, dirige a Abayomi Comunicação, que desde 2012 edita o jornal “Escrita Feminina” distribuído para mulheres da periferia de São Paulo.

Homenagear Neusa Maria Pereira é jogar luz sobre a história invisibilizada de quem, com sua luta, ajudou a abrir as portas do jornalismo brasileiro às mulheres negras. Que esse reconhecimento também ajude a inspirar um número cada vez maior de jovens negras a quebrar as muitas barreiras que a sociedade brasileira ainda lhes impõe.


Alex Silveira

Em 18 de maio de 2000, durante cobertura de um protesto de professores na Avenida Paulista pelo jornal Agora SP, o repórter fotográfico Alex Silveira foi atingido no olho esquerdo por um disparo de bala de borracha, o que lhe causou a perda de 90% da visão. Desde então, ele tenta responsabilizar o Estado pelo ocorrido. Apesar de a indenização ter sido concedida em 1ª instância, o TJ-SP reformou a decisão em 2014 considerando que havia culpa exclusiva do fotógrafo por seu ferimento por ter ficado no local do tumulto.

No mês de junho de 2021, por 10 votos a 1, o STF responsabilizou o Estado pela grave lesão sofrida por Alex – decisão essa que pode restabelecer a justiça e ajudar a resgatar a importância social do jornalismo, pois abre caminho para jurisprudência em outros processos e casos de violência do Estado contra profissionais da imprensa.

A indicação de Alex Silveira para receber o Prêmio Especial Vladimir Herzog é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional e uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa. É igualmente a celebração de uma decisão que responsabiliza o Estado pelos ferimentos causados por um agente seu a um jornalista que estava no local dos fatos exercendo uma atividade de interesse público e social.

Abdias Nascimento

Ícone da luta contra o racismo e pelos direitos humanos no Brasil, Abdias Nascimento dedicou uma vida inteira a apontar a desigualdade racial como uma das chagas nunca curadas de nosso país. Foi jornalista, artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo, professor universitário e senador. Destacou-se como cientista social e como autor de importantes trabalhos que tratam da temática afro-brasileira considerados referência obrigatória nesse campo de estudos.

Em 1980, auxiliou na criação do Memorial Zumbi; em 1982, elegeu-se Deputado Federal pelo PDT do Rio de Janeiro; na década seguinte, ocupou a cadeira de Senador da República. Foi também titular da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Foi o primeiro deputado federal do país a desenvolver projetos de lei de políticas afirmativas. Como suplente do antropólogo Darcy Ribeiro no Senado, assumiu a cadeira entre 1991 e 1992 e de 1997 a 1999. Em 2021, a morte de Abdias completa 10 anos.

Homenagear Abdias Nascimento é lembrar que o jornalismo precisa ser mais plural e igualitário. Além disso, é também uma forma de restituir ao jornalismo de hoje, tão empenhado em serviços de consumo, algo da pública voz cívica que ele tinha no passado, a exemplo da imprensa abolicionista e republicana das quais Abdias foi protagonista.

José Marques de Melo

Desde “Uso dos meios de comunicação” e “A reforma do ensino de Jornalismo”, no final de 1960, José Marques de Melo publicou 173 livros, colaborou com capítulos em mais de 150 outros, fora as centenas de artigos em revistas científicas. Todos fundamentais para um conceito que ele próprio cunhou: o “Pensamento comunicacional brasileiro”. Dentre seus livros, a obra mais citada é “A opinião no Jornalismo Brasileiro”, de 1985, elaborada a partir do aprofundamento nos estudos sobre os gêneros jornalísticos. É o mais frutífero autor das áreas de Comunicação e Jornalismo na língua portuguesa e na América Latina.

Nascido no interior das Alagoas, em 1943, formou-se em Jornalismo e em Direito, no Recife. Foi professor na Cásper Líbero, na Metodista e fundador do Departamento de Jornalismo da USP, de onde foi cassado pela Ditadura, só podendo retornar após a Anistia, em 1979. Nesse meio tempo, doutorou-se em Jornalismo e foi um dos criadores da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, a Intercom.

Mas não somente o volume e a qualidade da obra, bem como suas realizações, demonstram a importância desta homenagem ao jornalista e professor José Marques de Melo. Formador de várias gerações de jornalistas, professores e pesquisadores do campo da Comunicação, sempre buscou reunir forças e construir caminhos de forma coletiva. Perdemos sua presença física em junho de 2018, mas seus ensinamentos, criatividade, provocações, visão de mundo e defesa da democracia e dos direitos humanos permanecerão para sempre no jornalismo brasileiro.


Sobre a premiação

A cerimônia solene do 43º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos será no dia 25 de outubro, segunda-feira, das 20h às 21h30, de forma virtual. A já tradicional Roda de Conversa com os Ganhadores também será remota com transmissão no dia 24 de outubro, domingo, das 17h às 19h.

O Prêmio Vladimir Herzog é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional; Ordem dos Advogados do Brasil - Secção São Paulo, Periferia em Movimento e Instituto Vladimir Herzog.

CALENDÁRIO

43º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos | 2021

  • Divulgação dos finalistas: 14 de outubro, quinta-feira, em www.premiovladimirherzog.org
  • Júri de premiação e divulgação dos vencedores: 16 de outubro, sábado, das 14h às 17h, em sessão pública de julgamento e transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube do Prêmio.

  • Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, domingo, das 17h às 19h, em ambiente virtual.

  • Solenidade de premiação: 25 de outubro, segunda-feira, das 20h às 21h30, pelo Canal do YouTube do Prêmio.

Mais informações em www.premiovladimirherzog.org

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