A pandemia salientou uma disputa entre o saber e os costumes, afirma pesquisador
Ruam Oliveira | OBORÉ Projetos Especiais
Os impactos da pandemia nas cidades foi tema do primeiro Encontro para entender melhor o mundo, curso de imersão do Projeto Repórter do Futuro que visa ser espaço de reflexão sobre temas da atualidade.
No primeiro dia do módulo, que ocorreu neste sábado, 3/4, o biólogo Marcos Buckeridge, que é coordenador do Centro de Síntese USP Cidades Globais, abordou tais impactos em diferentes áreas como alimentação, turismo, comércio, cultura e esportes.
Sobre esta disputa entre saber e costumes, Buckeridge comentou este embate entre o discurso científico e as diretrizes indicadas pelos cientistas em oposição às práticas vistas socialmente, como por exemplo, a existência de bailes e festas ilegais em diferentes cidades do país.
O professor reforçou a importância da ciência dentro da sociedade. "A pandemia não vai acabar com uma bala de prata", diz. Para ele, será preciso lidar com a situação prestando atenção na complexidade que ela requer.
"A pandemia exige obrigatoriamente a aplicação do conhecimento científico de todas as áreas, não apenas da área médica", afirmou. Com isso, ele também considera que seja um esforço conjunto de áreas aparentemente não correlatas, inclusive da mídia e o papel de traduzir o momento que o mundo está vivendo.
O biólogo afirma que a ciência é fundamental para gerir problemas urbanos, mas devido à complexidade, ela não chega a todos da mesma forma.
Este foi o primeiro de quatro encontros do módulo de imersão. Na próxima semana, o sociólogo Sergio Amadeu, que é pesquisador e coordenador do Laboratório de Tecnologias Livres (LabLivre UFABC) vai falar sobre tecnopolítica e sociedade dataficada.
Saiba mais sobre o módulo
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