30/05/2022

A cidade é o espaço em que as notícias acontecem, diz coordenador do Repórter do Futuro em evento inaugural de curso que tem a cidade como pauta.

No primeiro encontro da 15ª edição do módulo Descobrir São Paulo, Descobrir - se Repórter, estudantes e recém-formados fizeram uma caminhada pelo centro da maior cidade da América Latina para conhecer alguns espaços que marcaram a história paulistana. A atividade faz parte do Projeto Repórter do Futuro e do já tradicional módulo que há quinze anos discute temas ligados à cidade. Nesta edição, contou com a participação do jornalista e pesquisador de urbanismo e arquitetura Marcelo Rainho, que conduziu a caminhada de uma hora e meia com reflexões sobre momentos que marcaram a história da Semana de Arte Moderna de 1922.

O ponto de encontro foi na Praça Memorial Vladimir Herzog, espaço lateral ao Terminal Bandeira e Câmara Municipal de São Paulo. Idealizada em 2012 pela mesa diretora da Câmara, jornalistas, estudantes e artistas, a Praça abriga três obras do artista plástico Elifas Andreato referentes à vida e obra de Vlado Herzog. O espaço está se transformando a cada dia e pretende ser também um centro cultural a céu aberto.

Na recepção de boas vindas aos alunos, Sergio Gomes, um dos jornalistas fundadores da OBORÉ e coordenador geral do Projeto Repórter do Futuro, ressaltou que “é preciso que a sociedade saiba das notícias importantes”, aquelas que são atuais, relevantes e de interesse do público de cada veículo jornalístico. E a cidade é o espaço em que as notícias acontecem.”

O grupo partiu da Praça, passando pela passarela da Praça Bandeira. Uma das paradas foi no Obelisco do Piques, localizado no Largo da Memória, primeiro monumento da cidade e espaço de descanso de tropeiros. Outros pontos visitados foram o Anhangabaú, Praça do Patriarca, passando pelo Teatro Municipal, depois Rua Líbero Badaró, Largo do Café, Rua 15 de Novembro e Praça Antônio Prado.

O passeio ainda permitiu o encontro com traços arquitetônicos de diferentes escolas e o “resgate do valor das construções”, importantíssimo para o jornalismo e para as cidades, no que elas representaram e representam na história. Para Marcelo Rainho, “não só em São Paulo, mas em qualquer cidade, a arquitetura e o urbanismo, principalmente, são o palco onde a gente vive. Então, é importante a gente conhecer esse espaço e os elementos que o compõem”. Ainda de acordo com o jornalista, é fundamental saber como esses espaços se configuram, sua distância e a percentagem destinada à circulação de pedestres e automóveis. “Para você entender a cidade, você tem que compreender melhor as pessoas, porque a cidade espelha o que essas pessoas pensam. Se um jornalista, que conhece muito bem a cidade, tem uma percepção mais abrangente daquele espaço urbano, consegue descobrir e abordar pautas e ideias que podem melhorar a vida das pessoas”, acrescentou.

Conhecer esse espaço permite “retratar vivências, mostrar às pessoas os espaços urbanos que estão atrapalhando a vida das pessoas e os espaços que estão melhorando”. E enquanto a cidade se torna um espaço que está “cada vez mais privado e individualista”, Sergio Gomes provoca: “por que a cidade está sendo construída assim? É sobre isso que os repórteres do futuro precisam refletir.”

Sobre esta edição

O curso Descobrir São Paulo, Descobrir - se Repórter é uma atividade do Repórter do Futuro promovida na parceria entre Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo e OBORÉ que aposta na prática reflexiva da atividade jornalística a partir da cobertura do funcionamento da cidade. A edição 2022 tem apoio institucional da Escola da Cidade; Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo – IEA/USP; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraji, Condomínio Edifício Copan e Arteculturasp. Neste ano, o curso tem como foco a sustentabilidade.

Os encontros são sempre aos sábados, das 9h às 12h, entre os dias 21 de maio e 23 de julho. Vinte e um estudantes participam desta 15ª edição, que tem como mediador o jornalista e professor Ronald Sclavi.

O próximo encontro será neste sábado, 28, com o tema “De onde vem a água que abastece a cidade”. O convidado é o engenheiro de produção Fernando Gomes da Silva, diretor da Aquapolo Ambiental. Os alunos serão recebidos no Centro de Controle da Operação da Sabesp e farão visita guiada para conhecer o circuito da água: captação, tratamento, armazenamento e distribuição. No dia 4 de junho, as discussões se darão em torno do lixo e dos resíduos sólidos, com a presença de Sergio Pinto de Almeida, jornalista, professor e publisher. Em seguida, no dia 11 de junho, o grupo discutirá o tema das Florestas Urbanas com Marcos Buckeridge, biólogo, diretor do Instituto de Biociências da USP e diretor do Centro de Síntese USP - Cidades Globais no Instituto de Estudos Avançados - IEA/USP. E para encerrar o ciclo de palestras o grupo receberá Ciro Pirondi, arquiteto e urbanista, um dos fundadores da Escola da Cidade e diretor da Fábrica-Escola de Humanidades João Filgueiras Lima – escola de Ensino Médio Técnico Integrado mantido pela Escola da Cidade. Pirondi fará uma reflexão sobre a São Paulo do futuro.

Sobre o Repórter do Futuro

Trata-se de um projeto de formação iniciado em 1994 pela OBORÉ com a proposta de complementar as atividades práticas laboratoriais de alunos matriculados nos cursos de Jornalismo com foco no estímulo à prática reflexiva e no exercício da reportagem. Ao longo de quase três décadas de existência, desenvolveu e aperfeiçoou uma metodologia própria para conduzir pedagogicamente suas atividades por meio de Conferências de Imprensa seguidas de Entrevistas Coletivas.

Os alunos são acompanhados, de forma individual, na produção de seus textos e, ao final do módulo, desenvolvem uma produção jornalística - impressa, radiofônica, televisiva ou multimídia - a partir de uma reportagem de fôlego, com foco no empenho para sua publicação. É a chamada Operação Ponto Final, que neste projeto é desenvolvido em duplas e no bairro de livre escolha dos estudantes. Com esta proposta pedagógica, são igualmente beneficiados por esta formação os estagiários de comunicação que atuam nos gabinetes dos vereadores da Câmara Municipal.

A Escola do Parlamento

A Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo foi criada pela Lei nº 15.506 de 13 de Dezembro de 2011, com o objetivo de oferecer aos parlamentares e munícipes subsídios para identificar a missão do Poder Legislativo e desenvolver programas de ensino, cursos e eventos direcionados à formação e à qualificação de lideranças comunitárias e políticas.

Desde sua criação a Escola do Parlamento adotou como missão institucional a promoção de eventos voltados à formação e à educação em cidadania e política de cidadãos e servidores, além de uma série de cursos de curta duração, ciclos de debates e seminários sobre temas centrais da cidade de São Paulo. Neste sentido, destacam-se a abordagem de temas como mobilidade, cultura, imigração, população em situação de rua, questões de gênero e reforma política.

A parceria com a OBORÉ constitui importante frente de atuação da Escola na promoção da educação política dos cidadãos e profissionais que lidam diariamente com a realidade e os dilemas metropolitanos, como saúde, educação, transporte, cultura e violência. Das 15 edições do módulo Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter, onze foram realizadas no escopo desta parceria com o propósito de qualificar estudantes de jornalismo para uma cobertura crítica e aprofundada da nossa cidade.

SERVIÇO

15º Descobrir São Paulo, Descobrir - se Repórter | 2022
21 de maio a 23 de julho de 2022
Carga horária: 60 horas, sendo 20h atividades presenciais + 20h de pesquisa e leituras + 20h de atividades práticas
Critério de certificação: Presença em 70% dos encontros e uma produção jornalística referente à Operação Ponto Final, em grupo.

Mais informações:
reporterdofuturo@obore.com
(11) 2847.4567
WhatsApp (11) 99320 - 0068
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Foto: Camilo Mota.

O Largo da Memória é um marco no processo de urbanização da cidade de São Paulo. Um triângulo definido naturalmente a partir de caminhos, que posteriormente viraram ruas: rua do Paredão (hoje Cel. Xavier de Toledo), ladeira do Piques (hoje Quirino de Andrade) e a ladeira da Memória, que deu origem ao nome do largo. Pouso de tropeiros, era o ponto de chegada das caravanas vindas do sul e do oeste do Estado, o que favoreceu a instalação de hospedarias, armazéns, bem como mercado de escravos. Com o tempo, tornou-se uma linda praça com bancos para descanso e um monumento histórico, o Obelisco do Piques, erguido em pedra de cantaria em 1814. O Largo, remodelado e reurbanizado, atualmente é uma área tombada e exclusiva para pedestres, ao lado do metrô Anhangabaú.

Fonte: Cadernos Cidade de São Paulo / Instituto itaú Cultural. Centro de Memória CMSP. Acesso: https://www.saopaulo.sp.leg.br/memoria/especial/largo-da-memoria/

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